02/01/2017

02/01/2017

Quando a Alfândega se torna numa dor de cabeça


O gosto pelos gadgets faz com que muitas vezes tenha que lidar com o surrealismo da nossa alfândega, e hoje venho partilhar mais um caso que mostra o ridículo a que se pode chegar, cobrando quase tanto de taxas como o valor do smartphone.


Precisamente para evitar toda a encrenca que é tentar explicar à alfândega que os fabricantes me enviam produtos para testes ou passatempos, sem que eu os tenha comprado (a inexistência da prova de pagamento é a principal causa dos episódios surreais com que me deparo) tenho optado por pedir que as marcas cobrem um valor simbólico.

Mas claro que isso também tem os seus problemas... pois a alfândega não gosta de ver produtos com preços reduzidos, o que a faz "inventar" valores.

Neste caso em concreto trata-se do Oukitel U20 Plus que temos para oferecer, e que infelizmente a marca optou por me enviar por DHL. Ora, é certo que a DHL é bem simpática e expedita a tratar de todo o processo... o problema é o valor que cobram pelo seu serviço, principalmente quando se tratam de produtos de valor relativamente reduzido.

Com o smartphone a ter sido disponibilizado pelo valor simbólico de 30 dólares (mais portes), estava garantido que a alfândega não aceitasse o valor apresentado na factura. Em resposta ao seu pedido sobre o valor comercial indiquei que o mesmo estava disponível por 90 euros em lojas online.



Mas, a alfândega portuguesa parece não acreditar nem nos links em que pode clicar para verificar o preço; e por isso, em vez de assumir o valor de 90 euros, decidiu que o valor aduaneiro seria de 103,04 euros, sobre o qual será cobrado 31.84 euros de IVA (dá praticamente 31% de IVA... vá-se lá perceber porquê).

Claro que o problema não são apenas estes 31.84 euros, mas sim o complemento dos 29.10 euros (+ 6.69 euros de IVA) cobrados pela DHL, que fazem com que o valor total a pagar, por um smartphone de 90 euros ascenda aos 67.63 euros!



É certo que proporcionalmente este não é o pior caso que já por cá passou. No caso da Mi Band 2, um produto de 27 euros acabou por pagar 45 euros de taxas e despesas (que no entanto foram reembolsadas pela loja).

Claro que quando somos nós a poder escolher onde comprar, se dará preferência às lojas que têm métodos de envio que evitam a passagem pela nossa alfândega, sendo o desalfandegamento feito em países onde o processo funciona de forma mais simpática, ou que disponibilizem seguro de cobertura de todas as despesas. Mas quando se trata de lidar directamente com os fabricantes, que fazem a cortesia de disponibilizar produtos para oferecermos nos passatempos, fica complicado explicar porque motivo se tem que pagar tais balúrdios por algo "dado".

Publicado originalmente no AadM

1 comentário:

  1. Este tipo de problemas só acontece com a DHL.
    A DHL tem um serviço de desalfandegamento com custos algo elevados e sempre que detecta que o produto que vão entregar é um smartphone e vem sem os direitos de alfandega pagos, avisa sempre a alfandega, de forma a poder cobra-nos os serviços deles.
    A alfandega aqui é a menos culpada, a DHL sim, é a verdadeira culpada, pq tenta obter lucro de serviços, que não precisavamos.

    ResponderEliminar