16/06/2019

16/06/2019

Análise ao ZenFone 6 da Asus


O ZenFone 5(Z) elevou claramente a fasquia de qualidade dos smartphones da Asus. Design elegante, hardware de elevado desempenho, associados a um preço ultra competitivo, fizeram deste smartphone, um dos mais bem sucedidos terminais de 2018.


O lançamento do ZenFone 6 passou por isso a ter um importância maior que o habitual, ficando no ar a dúvida quanto à opção que a Asus iria tomar: manter a estratégia do ZenFone 5 ou aumentar o preço do produto, como fez a OnePlus, para o OnePlus 7 Pro?

A apresentação que teve lugar em Valência desfez esta e outras dúvidas, com a Asus a acabar por surpreender nas suas opções. Ao invés de apostar em dois modelos, como vinha a ser seu hábito, a marca de Taiwan optou por lançar apenas um ZenFone 6, concentrando todas as atenções num único modelo. Será este ZenFone 6 um digno sucessor do modelo lançado em 2018? É precisamente isso que nos propomos analisar neste artigo.




A caixa do equipamento é bastante simples, mas as inscrições a azul cyan, dão-lhe um toque de requinte. Este tom é de resto uma constante em vários os aspectos relacionados com o smartphone, com diversas incursões no design do produto.




Ao abrir a caixa, num primeiro plano encontramos uma capa de silicone e o clip para retirar o adaptador dos cartões SIM e SD. Num segundo plano, encontramos o smartphone protegido por uma capa em plástico, que apresenta algumas das especificações mais importantes. Por baixo do equipamento, uma tampa de segurança protege o cabo USB-C, carregador e os auriculares, que apresentam um já quase raro jack de 3,5mm.




A frente do equipamento fica marcada pela ausência de um notch, com a Asus preferir suprimir a câmara frontal, apostando numa proposta diferente, com uma câmara rotativa. A margem superior é reduzida, havendo apenas espaço para a coluna frontal, sensores de luz ambiente e proximidade e led de notificações.




As margens laterais não sendo largas, poderiam ser algo mais estreitas, o mesmo se passando com a zona inferior do ecrã.




Na traseira, o destaque tem de ir todo para a câmara rotativa. Por baixo desta, o sensor de impressão digital, numa apresentação rectangular, com cantos redondos. A meio do smartphone, numa zona central, o logótipo da marca, mais uma vez no azul cyan.




Na lateral inferior, temos um jack de de 3,5mm, porta USB-C, um microfone e uma coluna de som. Na lateral oposta, apenas um microfone e a área para rotação da câmara.




O slot para os cartões SIM apresenta uma particularidade sempre interessante, permitindo a instalação simultânea de dois cartões SIM e um cartão MicroSD, para expansão do armazenamento interno.




Na lateral direita, a smartkey, com um acabamento diferente, para ser mais facilmente identificável, os botões de volume e o botão de power, o qual apresenta um acabamento em (adivinhem...) azul cyan.




Em termos de dimensões, o ZenFone 6 é aquilo a que se poderia chamar um "tijolo móvel". As suas dimensões e peso são maiores do que é habitual num equipamento de topo, com 159,1x75,44x9,1mm e 190g. Este design acaba por ser um compromisso entre o hardware e as limitações dos materiais utilizados.



A generosa bateria de 5000mAh é uma das responsáveis pelos 9,1mm de espessura deste ZenFone 6, mas há outro culpado pelo facto de o smartphone se apresentar assim tão "gordinho". O vidro do ecrã frontal, ao invés de apresentar uma curvatura a beijar o corpo do smartphone, está assente num anel de poli-carbonato, que segundo a marca, visa aumentar a protecção contra as inesperadas quedas.


Especificações - Hardware

A Asus optou não alterar a sua estratégia, apostando no melhor processador da Qualcomm, o Snapdragon 855, que vem acompanhado da GPU  Adreno 640. O facto de lançar o seu topo de gama alguns meses mais tarde que as suas concorrentes, acaba por lhe facilitar o acesso ao topo de gama da Qualcomm, algo que já vimos ser vedado a nomes grandes do mercado mobile.

O ecrã IPS de 6,4" apresenta uma resolução Full HD+ (2340 by 1080) e um rácio ecrã/corpo de 92%. oferece um brilho de 600nits, que lhe garante uma boa visibilidade em ambientes interiores. Quando sobre sol directo, a visibilidade da imagem diminui, ficando algo comprometida.




Os rumores apontavam para 12GB de RAM, mas estava versão ficou na carteira, tendo sido apenas apresentada na COMPUTEX, ficando disponível em quantidades muito limitadas. A aposta da Asus recaiu nos 6/8GB de memória LPDDR4X, suficientes para garantir um desempenho sem compromissos.



Este bloco central constituído pelo processador, ecrã e memória, representam desde logo um excelente cartão de visita, onde apenas se pode lamentar o facto de a Asus não apostar num ecrã OLED. Para completar este trio, a marca de Taiwan optou por apresentar uma câmara rotativa, prescindindo assim da câmara frontal.

A opção recaiu numa dupla de sensores:
  • Sony IMX586 de 1/2.0” com 48MP,  abertura de F1.79, 79° de campo de visão e um tamanho de pixel de 0.8µm que através da tecnologia Quad Bayer passa para 12MP, com pixels de 1.6 µm;
  • 13MP, 125° ultrawide.




ZenUI - cada vez mais discreta

Muitas vezes criticada por usar e abusar de modificações de utilidade questionável, a Asus soube ouvir as criticas dos utilizadores e imprensa, apresentando actualmente uma interface em linha com o Android da Google. Na verdade, o difícil é perceber onde é que efectivamente temos as modificações oferecidas pela ZenUI, o que naturalmente é um grande elogio ao trabalho que a marca desenvolveu, ao longo dos anos mais recentes.

É certo que a Asus continua a apresentar algumas apps proprietárias que pouco ou nada acrescentam às apps disponibilizadas pela Google, mas em abono da verdade, este conjunto de aplicações é cada vez mais reduzido. O calendário foi uma das apps Asus que já "caiu", falta que agora aconteça o mesmo aos contactos, relógio e calculadora.




No que diz respeito a funcionalidades interessantes, temos um gestor de ficheiros que permite ligações de rede e criação de atalhos para o ecrã principal, galeria para consulta de fotografias (o Google Photos está longe de ser a melhor opção para o efeito...), assistente de áudio para configuração da saída de som em função do ambiente onde o utilizador se encontrar e o gestor de telemóvel, uma app multifunções, que concentra um conjunto de ferramentas para manterem o smartphone a funcionar em condições óptimas.




A possibilidade de utilizar uma interface escura é mais uma boa opção, se bem que limitada em termos de poupança de energia, pois a Asus ainda não apostou num ecrã OLED. A app Opti-Flex é outra das opções curiosas, pois segundo a marca permite acelerar o início das aplicações, reduzindo os tempos de carregamento das mesmas. Em termos teóricos é algo sempre bem vindo, resta agora verificar  se a longo prazo cumpre efectivamente o prometido.






Em utilização


O ZenFone 6 é um smartphone grande e "pesado", pelo menos quando comparado com os valores médios no segmento onde se insere. São apenas alguns milímetros e gramas de diferença, que no entanto se fazem sentir quando em utilização.




A traseira de vidro assenta na perfeição na área laminada corpo do smartphone, mas apenas na zona superior e inferior. Nas laterais há um ligeiro desfasamento entre as duas superfícies, algo que se sente, quando se segura o equipamento na mão.




O anel que protege o vidro frontal, também acaba por tornar o equipamento menos confortável em utilização, quando comparado com os ecrãs curvos, que encaixam directamente no corpo do smartphone.

Pese embora os factos acima referidos, o ZenFone 6 apresenta uma boa qualidade de construção, onde apenas se lamenta a ausência de um tratamento oleofóbico, nos vidros traseiro e frontal. As dedadas vão ser uma constante, que só é atenuada pela passagem por um bolso das calças ou casaco.






Em termos de desempenho, o Snapdragon 855 não deixa os seus créditos por mãos alheiras, disponibilizando uma capacidade de processamento capaz de responder aos cenários mais exigentes, sempre apoiado pela memória RAM, em quantidade quanto-baste. Já o armazenamento, apresenta velocidades de leitura interessantes (entre os 700 e 900MB/s), mas a velocidade de leitura é bastante inferior (200MB/s), ficando no entanto ao nível de outros equipamentos no mesmo segmento de mercado.




A bateria de 5000mAh permite um desempenho sem preocupações, com o utilizador a garantir mais de um dia de autonomia, podendo até passar dos dois, numa utilização mais moderada do equipamento. Este facto acaba por ser a justificação que a Asus apresenta para não disponibilizar um sistema de carregamento rápido mais eficiente, com uma carga completa a levar 135 minutos a ser concluída. O carregamento sem fios é outra das ausências e o facto da traseira ser em vidro, mostra claramente que esta foi uma opção para contenção de custos.




O sensor de impressão digital na traseira é preciso na detecção, mas a reduzida área do mesmo, obriga a que se coloque o dedo na posição certa, algo que não acontece sempre que se segura no smartphone. Para contornar esta limitação de tamanho/desempenho, a nossa sugestão passa por efectuarem um dupla detecção para cada dedo, com uma entrada a corresponder à zona superior da impressão digital e outra, à zona inferior.

Quem assim pretenda, pode sempre utilizar o reconhecimento facial para desbloquear o smartphone. Devem no entanto ter em conta que a câmara só vai rodar e entrar em posição, quando ligarem o ecrã e efectuarem um gesto de slide, de baixo para cima para iniciar o desbloqueio. A câmara roda rapidamente, efectua a detecção do rosto e volta a alojar-se na traseira do smartphone, cumprindo a sua função. Sendo uma opção que funciona como esperado, está longe de ser prática e o nível de segurança oferecido, é inferior ao de outros sistemas de desbloqueio oferecidos pela Asus.




A tecla inteligente pode ser bastante útil, tendo o consumidor duas possibilidades de utilização. Pode optar por interagir com o Google Assistant, ou em alternativa, definir acções para os três tipos de toque que estão previstos: toque simples, duplo ou prolongado.




A localização da tecla não foi no entanto a mais feliz, nomeadamente quando se segura o smartphone com a mão esquerda. Um posicionamento na lateral esquerda, teria sido bastante mais prático para o utilizador, que nesta modalidade, se vê obrigado a utilizar a mão direita, para activar este botão.




Uma referência ainda para o sistema de som, com as colunas e earphones a surpreenderem pela de potência que disponibilizam, com estes últimos a apresentarem uma qualidade assinalável nos graves, algo nada habitual nos acessórios que por norma acompanham os smartphones.

O som estéreo fornecido pela dupla de colunas impressiona pelo seu nível de som, sendo suficiente para animar uma pequena festa, mas a diferença de qualidade entre os dois elementos é notória. A coluna na zona inferior reproduz os graves e agudos, mas a coluna para as chamadas de voz, limita-se aos agudos, o que acaba por diminuir a qualidade da experiência sonora.  Este é contudo um problema que afecta a generalidade dos smartphones, não tendo até agora analisado um equipamento que seja capaz de reproduzir graves de qualidade, nesta coluna secundária. 



Opções para o sistema de navegação

A navegação por gestos começam a dominar o mundo Android e Asus mostra estar atenta a esta mudança, disponibilizando um novo sistema de navegação, que se junta à proposta que o Android da Google apresenta de origem.

O utilizador fica assim com três opções, a barra de navegação, a proposta da Google e a da Asus, com esta última ser uma cópia do que a Samsung apresenta actualmente na série Galaxy S10, com três áreas de detecção de gestos, na zona inferior do ecrã. Esta opção, acaba por não ser a mais funcional, pois o gesto de "voltar atrás" é bem mais prático de se executar na zona intermédia do ecrã, a partida de uma das laterais. Com o Android Q a apresentar um novo mecanismo de navegação, fica a dúvida sobre qual a opção que a Asus irá seleccionar, esperando-se naturalmente que a sua escolha recaia sobre o sistema que a Xiaomi e Huawei apresentam actualmente, com o referido gesto de "voltar atrás", na lateral do ecrã.







As câmaras


A dupla câmara traseira, a par do processador Snapdragon 855 e da bateria de 5000mAh, é um dos destaques deste ZenFone 6. A Asus sabia que a câmara era uma dos aspectos onde tinha de apresentar melhorias, pois a fotografia foi um dos pontos menos conseguidos do ZenFone 5.

A aposta dificilmente poderia ser mais radical, com a Asus a suprimir a câmara frontal, preferindo optar por um sistema rotativo, que permite atribuir à câmara traseira uma dupla função, servindo também como câmara frontal. Esta opção tem as suas vantagens, desde logo na qualidade das imagens obtidas quando em "modo frontal", pois os sensores escolhidos pela Asus apresentam uma qualidade bastante superior, ao que é habitual ser utilizado nas câmaras frontais.

Pelo lado menos positivo, o impacto na espessura do smartphone (embora a Asus tenha recorrido a uma liga de "metal líquido") e sobretudo as duvidas que irão assolar o consumidor, relativamente à resistência do conjunto. A Asus assegura que o sistema de rotação da câmara foi exaustivamente testado, garantindo que o mesmo está preparado para resistir a 50 mil rotações, o que dá algo próximo das 28 utilizações por dia, durante 5 anos.




Além deste argumento que pretende assegurar a fiabilidade das peças moveis deste sistema, há ainda que ter em conta as inesperadas quedas. Tendo em conta que a câmara fica exposta a um impacto no solo, a Asus implementou um mecanismo que a retrai, quando é detectada uma queda do smartphone.

Claro das primeiras coisas que fizemos, foi experimentar este sistema, por forma a comprovar se o mesmo seria eficaz. Após algumas quedas controladas, para cima de uma zona devidamente protegida (banco do comboio!), foi possível concluir que a câmara é efectivamente recolhida automaticamente, mas para que tal aconteça na totalidade, o smartphone terá que estar a uma distância da zona de impacto, desejavelmente superior a 50cm. De referir que a retracção também funciona mais rapidamente no caso de o smartphone estar na horizontal (ecrã virado para cima), do que na vertical (ecrã ao alto), posição que leva mais algumas fracções de segundo a completar o movimento.


ZenFone 6



O sensor IMX586 é nesta altura o topo de gama da Sony, com a Asus a não desiludir neste campo. Com uma dimensão de 1/2.0”, 48MP e um tamanho de pixel de 0.8µm, este sensor apresenta bons argumentos, mas é com a tecnologia Quad Bayer que revela todo o seu potencial, ao utilizar quatro pixels numa imagem de 12MP (com pixels de 1.6 µm), captando mais luz. Apenas a lamentar o facto de a Asus não apresentar uma estabilização óptica da imagem, algo bastante útil para corrigir as mãos mais inseguras.

A câmara secundária de 13MP não está ao nível do sensor principal, mas este facto não é propriamente uma surpresa. O objectivo passa por enquadrar uma área mais alargada e no caso do ZenFone 6, temos um campo de visão bastante alargado (125º). Segundo a marca, as imagens são tratadas digitalmente, de forma a atenuar a distorção nas margens, algo que efectivamente se comprovou, se bem que de uma forma mais ténue do seria esperado.

Os dois sensores conseguem apresentar resultados com uma boa qualidade, reproduzindo com exactidão as cores. No caso do sensor ultra wide, a influência da luz faz-se notar de forma mais efectiva, com o detalhe e ruído a aumentar, em função da diminuição da luz ambiente.



Modo noite - ZenFone 6 / Pixel 3a / Mate 20 Pro

O modo noite já foi alvo de uma actualização e os resultados estão bem melhores, se bem que ainda longe daquilo que por exemplo, o Pixel 3a consegue disponibilizar. Neste momento ainda não existe uma versão modificada da Google Camera para este ZenFone 6, mas se tivermos em conta as melhorias registadas no ZenFone Max Pro (M2), é de esperar um resultado ainda melhor neste topo de gama da Asus.




O facto de a câmara ser rotativa, permite que as selfies ganhem uma nova vida, sendo que a lente ultra wide vai permitir as fotografias de grandes grupos, com toda a facilidade. Este será naturalmente um dos grande trunfos da marca, que pisca assim o olho aos "selfie lovers", que no modo retrato, terão ao seu dispor 5 funcionalidades para melhorar a qualidade das fotografias (tom, suavidade e brilho da pele, olhos melhorados e rosto adelgaçado). A possibilidade ajustar o nível de "desfocagem" é outra das opções que terão o dispor, sendo que o algoritmo tem tendência para suavizar em demasia os limites da área focada.

O facto de se poder controlar manualmente a posição da câmara, cria por si só um novo conjunto de cenários de utilização, com o utilizador a poder confortavelmente movimentar a câmara, ao invés de se ter de colocar em posições estranhas.




A Asus também criou alguns cenários automatizados, para tirar partido da câmara rotativa. O seguimento de um elemento em movimento e as imagens panorâmicas, são disso exemplo, se bem que no caso destas últimas, terão de ter em conta a vossa posição, caso contrário irão aparecer num dos extremos da imagem, como poderão verificar no exemplo em cima.




Em termos de interface da aplicação da câmara, é a que a Asus tem vindo a utilizar nos últimos tempos, se bem que com algumas alterações interessantes, com o botão de disparo a ter mais utilizações. Com o smartphone em modo retrato, um gesto de swype lateral controla o zoom, se bem que este tem uma qualidade questionável, sobretudo quando falta a luz ambiente (a ausência de estabilização óptica da imagem, também não ajuda). Um movimento de baixo par cima sem soltar o dedo, vai activar o temporizador, com a contagem a começar quando terminarem o movimento.




Outro aspecto interessante, é o já referido controlo da posição da câmara, que é conseguido através de um gesto de swype no ícone para alternar a câmara, que neste caso apenas a faz rodar. Não sendo algo comum, obriga o utilizador a adaptar-se a este mecanismo, mas bastarão alguns dias para que consigam tirar partido da flexibilidade que o conjunto oferece.






Apreciação final

Depois de um muito bem conseguido ZenFone 5, a Asus soube fazer o seu trabalho de casa, apresentando um digno sucessor, com este ZenFone 6. A estratégia foi revista, com a marca a deixar cair um dos modelos, preferindo concentrar a sua atenção em apenas um smartphone, algo que curiosamente acaba por ser a preferência de muitas outras marcas. Atendendo à diferença de preço praticada no ano anterior e ao hardware dos dois modelos, a opção de lançar apenas um ZenFone 6, acaba por ser a mais acertada.

A fórmula de sucesso não sofreu alterações, com a Asus a apostar num conjunto sólido de especificações, aliado a um preço ultra competitivo. Se olharmos para o mercado de gama média alta. não há muitas opções a disponibilizar um processador Snapdragon 855 na casa dos 500€, o que faz deste ZenFone 6, um sério candidato a "flagship killer".

Para manter os custos controlados, a Asus teve de mais uma vez efectuar algumas concessões, com a ausência de um ecrã OLED, a ser das mais notadas. O carregamento sem fios e uma certificação IP, são outros dos aspectos que não vão encontrar na lista de especificações deste smartphone.

Para "compensar" a questão do carregamento sem fios e o facto de o carregamento "rápido" estar limitado a 18W, a Asus apostou numa mega bateria de 5000mAh. Segundo a marca, carregadores e powerbanks passam a ficar em casa, pois esta bateria será garante de uma autonomia estendida, facto que tivemos oportunidade de comprovar ao longo do período de testes. O carregamento será longo (135min), mas nada que seja um problema, para quem carregue o smartphone durante a noite.

A dimensão da bateria acabou por ter impacto na espessura do smartphone, mas por certo que não teremos muitos utilizadores a criticarem este facto. O mesmo já não se poderá dizer do acabamento escolhido para a traseira e do anel que protege o ecrã frontal. Não sendo as opções mais estéticas e confortáveis, acabam por ser minimizadas com a utilização de uma capa, algo que será desejável, face à natureza dos materiais utilizados no corpo deste smartphone.

O desempenho está ao nível do que se espera de um equipamento de topo, não havendo lugar a atrasos na resposta do smartphone. A ZenUI está cada vez mais discreta e funcional, algo que naturalmente se saúda. A Asus disponibiliza um conjunto de ferramentas bastante interessante, que por certo irão auxiliar os utilizadores a manterem o seu smartphone em condições óptimas de funcionamento. O sistema de som é bastante potente e a aplicação para gestão do áudio, permite configurar o mesmo ao gosto de cada utilizador.

A câmara é obrigatoriamente um dos destaques, fruto do seu sistema rotativo, com a câmara traseira a servir igualmente de elemento frontal. É uma opção interessante, que garantidamente irá agradar aos fãs das selfies, pois além da qualidade da imagem disponibilizada pelo sensor Sony, irão contar ainda com um conjunto extra de funcionalidades, para optimizar os resultados do retrato.

A qualidade das fotografias é de uma forma geral bastante boa, com a reprodução de cores a ser fiel ao que é fotografado. O modo noite foi alvo de uma actualização para corrigir o tempo de exposição, algo que teve um forte impacto nos resultados obtidos, especialmente nos cenários com muito pouca luz. Como tivemos oportunidade de testar, mesmo sem o referido update, o modo noite disponibiliza bons resultados, desde que ainda exista alguma luz disponível, apenas ficando aquém do esperado, nas situações mais complexas, onde a luminosidade seja mais reduzida.

Tendo em conta a qualidade do sensor, aguarda-se com expectativa a disponibilização de uma versão da Google Camera para este ZenFone 6. Não sendo uma opção para os utilizadores mais inexperientes, será garante de um aumento de qualidade na utilização do modo noite, tal como o resultado do Pixel 3a comprovou.

A Asus fez um bom trabalho na preparação deste ZenFone 6, disponibilizando um smartphone muito interessante, que não terá grandes problemas em se bater com as propostas de outras marcas, com preços substancialmente superiores. Tendo em conta os argumentos apresentados por este ZenFone 6, não temos a mínima dúvida em lhe atribuir um muito desejado "Escaldante", sendo esta uma escolha incontornável, para quem procura um topo de gama, mas não pode, ou não quer, gastar mais de 500€ na compra de um smartphone.





Asus ZenFone 6

Escaldante


Prós


  • Relação qualidade/preço
  • Versatilidade da câmara
  • ZenUI cada vez mais discreta


Contras


  • Ecrã apenas IPS
  • Imagem sobre luz solar
  • Design do corpo questionável










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