17/09/2019

17/09/2019

Um ano de Huawei Mate 20 Pro


Com a série Mate 30 prestes a ser apresentada (com a incógnita das apps da Google) é a altura ideal para olharmos para trás e vermos que tal o Mate 20 Pro se comporta passado um ano, que melhorias teve desde o seu lançamento, e se ainda se mantém um smartphone competitivo e capaz de enfrentar a concorrência mais recente.



Software

Ao longo do ano, as actualizações ao EMUI foram adicionando novas funcionalidades ao Mate 20. O Modo Always On recebeu um upgrade há muito desejado, pois as notificações estavam limitadas às aplicações disponibilizadas pela Huawei. Com a actualização para a EMUI 9.1 passam a ser apresentadas notificações de todas as apps, algo que se torna bastante mais útil e interessante, melhorando a experiência de utilização.

O Dark Mode é outro dos exemplos de como os fabricantes podem (e devem) estar à frente da Google. Esta interface com fundo escurecido começou a ser disponibilizada no Mate 10 e desde aí que tem vindo a fazer parte da EMUI, tal como acontece agora na EMUI 9.1.


Outro aspecto em que a Huawei mostrou estar à frente da Google foi na adopção de sistemas de navegação alternativos. A doca de navegação, materializada num círculo que pode ser posicionado em qualquer zona do ecrã, foi uma das primeiras opções da marca chinesa neste campo, mas foi com o sistema de navegação por gestos que a Huawei conseguiu maior adesão dos utilizadores. A sua opção foi de tal forma feliz, que a Google acaba por implementar um sistema idêntico no Android 10, o qual passará a ser opção de origem para todos os smartphones a serem lançados.




A EMUI Desktop também foi melhorada, passando a dispensar a utilização de um cabo para ligar o smartphone ao monitor ou televisão. O ecrã do smartphone pode ser utilizado como trackpad, havendo sempre a possibilidade de ligar periféricos através da porta USB-C. O modo Desktop ainda esta longe de ser uma ameaça para os PCs, mas é de prever que em breve possa ser visto como uma alternativa válida, até porque a própria Google também já está a investir neste campo.

É interessante verificar como a EMUI, tantas vezes apontada como um dos aspectos menos positivos dos smartphones Huawei, é agora capaz de disponibilizar funcionalidades que vêm a ser adoptadas pela Google para o Android. Há contudo espaço para melhorias, como é o caso da "app drawer" com a EMUI a apresentar as últimas apps utilizadas ao invés das apps mais utilizadas. Outro aspecto que terá forçosamente de ser revisto é a gestão do WiFi, com a EMUI a não ser capaz de aprender com o utilizador quais os locais onde deve activar/desligar este serviço. Não sendo grave, é contudo uma funcionalidade que pode ser bastante útil, e evita que seja o utilizador a ter de manualmente tomar uma acção.


Desempenho



O sistema de som, tal como se esperava, não esteve à altura do restante hardware. A Huawei, tal como as restantes marcas, tardam a disponibilizar um modo estéreo de qualidade superior, ao nível do que se deve exigir num equipamento com um preço acima dos mil euros.

Em termos de autonomia houve uma melhoria face ao disponibilizado pelo Mate 10, mas tendo em conta a evolução disponibilizada pelo Kirin 980 em termos energéticos, seria de esperar uma maior duração da bateria, algo que não se veio a verificar. Este foi um aspecto que a Huawei teve em linha de conta com o P30 Pro, e que deverá fazer-se sentir ainda mais no Mate 30, até porque virá equipado com o novo Kirin 990. Para já, o utilizador tem o SuperCharge, sistema de carregamento rápido que permite uma carga completa em 54 minutos.

No que diz respeito ao desempenho, não se assistiu a uma degradação do nível de desempenho (ao contrário do que acontecia com o Mate 10 Pro) com o smartphone a mostrar-se sempre rápido e com rápida capacidade de resposta.

Como aspectos a melhorar, temos o sensor impressão digital sobre o ecrã, o qual é bastante rápido, mas tem ainda espaço para melhorias, especialmente nas situações em que o dedo não está correctamente posicionado sobre a área de leitura do sensor.

O reconhecimento facial é bastante útil, mas obriga nesta altura à existência do famigerado notch, algo que continua a não ser do agrado de todos os utilizadores. Contudo, este sistema, em conjunto com o sensor de impressão digital sobre o ecrã, acabam por disponibilizar uma boa experiência de utilização, mas ainda a necessitar de algumas melhorias. Na versão actualmente disponibilizada no Mate 20 Pro, quando um dos sistemas está a ser utilizado o outro fica temporariamente bloqueado, o que por vezes acaba por ser incómodo, especialmente, quando o utilizador pretende utilizar o sistema que não está disponível. Seria mais interessante a Huawei permitir o uso de ambos em paralelo, para actuação mais rápida e sem frustrações.


Câmaras




As câmaras nunca foram o foco da série Mate, com a Huawei a preferir apostar no desempenho do smartphone com a estreia dos seus novos processadores. Esta opção contudo, nunca colocou em questão a qualidade das câmaras dos smartphones Mate, tendo inclusivamente o Mate 20 Pro dado origem a um novo design, que acaba de ser copiado por Apple e Google. A AI tem vindo a melhorar, sendo na maioria das vezes, capaz de apresentar o modo adequado a cada cenário, havendo contudo situações ocasionais em que o reconhecimento de cenas falha por completo.



A actualização com melhorias no modo nocturno acabou por ficar aquém do esperado, com o Mate 20 Pro a não conseguir aproximar-se do nível atingido pelo P30 Pro. Tendo em conta que se tratou apenas de uma actualização de software, também não se poderia esperar uma melhoria drástica a este nível.


Apreciação final


Com cerca de um ano de mercado, o Mate 20 Pro continua a ser um smartphone de topo que é capaz de fornecer um desempenho muito acima da média, e que poderá ficar ainda melhor com a chegada de novas actualizações (e EMUI 10 com Android 10 está prometida para Dezembro). Contas feitas, o Huawei Mate 20 Pro esteve à altura do que se pode/deve esperar de um smartphone do segmento premium... e fica agora a atenção centrada no Mate 30 Pro.

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