2019 tinha tudo para ser um annus horribilis para a Huawei, mas segundo as informações agora divulgadas, a marca chinesa espera até final do ano chegar aos 230 milhões de smartphones enviados para o retalho, superando assim a marca obtida em 2018.
Terá sido o próprio Richard Yu, Huawei CEO do Consumer Business Group, a revelar esta informação numa reunião interna, apontando para um aumento de 30 milhões de smartphones face aos 200 milhões que a marca expediu em 2018. A concretizar-se este resultado, a Huawei irá aproximar-se ainda mais da rival Samsung, encurtando distâncias para o primeiro lugar, a que tanto ambiciona chegar.
230 milhões - um resultado inesperado
Este resultado acaba por ser surpreendente, face ao embargo imposto pelos EUA, com a Huawei a ver-se impedida de utilizar qualquer tipo de tecnologia americana, seja ela hardware ou software. As sucessivas autorizações temporárias de 90 dias, mais não tem servido para que a marca chinesa possa disponibilizar actualizações para os smartphones lançados no mercado, antes do anúncio do bloqueio.Por esta razão, o Mate 30 acabou ter uma apresentação algo surreal, com a Huawei a não fazer qualquer referência à Google e aos serviços desta, isto quando nos eventos anteriores tinha por hábito convidar um representante do gigante americano, para participar nas apresentações dos novos produtos.
A Série P30 foi lançada antes do embargo, não tendo por isso sido afectada pela impossibilidade de a Huawei disponibilizar apps e serviços da Google. A imagem da marca e as vendas acabaram assim por sofrer um impacto menor do que inicialmente se poderia antever, sendo que acabou por ser o mercado interno a ter o maior contributo, com um forte aumento das vendas em território chinês.
Huawei P40 com serviços "alternativos"
Com o MWC à porta, a Huawei fica assim com mais um problema entre mãos, pois sem o acesso à tecnologia da Google, o lançamento do P40 ficará assombrado pelos fantasmas que ainda atormentam a marca com o Mate 30. É certo que este último já não apresenta componentes dos EUA, mas será o software a principal preocupação da Huawei.Para contornar esta situação, a Huawei tem vindo a apostar no desenvolvimento de uma loja própria, suportada pelos Huawei Mobile Services - HMS. Até final do ano, a marca chinesa espera ter no mercado um conjunto de aplicações alternativas para navegação, pagamentos, gaming e mensagens, sendo que estas são áreas onde a oferta já é bastante vasta, havendo opções para quase todos os gostos.
Faltará no entanto garantir a disponibilização de aplicações como o Facebook, Instagram e WhatsApp, que com maior ou menor esforço (político e financeiro) poderão chegar a App Galery da Huawei. O grande desafio estará no GMail e no YouTube, dois pesos pesados da Google, para aos quais a Huawei terá muita dificuldade em encontrar uma solução que mantenha os níveis de serviço disponibilizados pelas aplicações oficiais.
São tempos conturbados, mas altamente interessantes, pois esta situação imposta pelos EUA não fez mais que levar a Huawei a procurar alternativas, aumentando por isso a diversidade da oferta, com o consumidor a poder vir a ficar beneficiado com a mesma. Março está já aí ao lado. Aguardemos.
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