31/08/2021

31/08/2021

Google: uma novela à volta dos serviços de mensagens

Do simpático Google Talk à morte do Hangouts, com muitos outros serviços surgiram e se extinguiram pelo meio, o trajecto da Google nas apps de mensagens tem sido um verdadeiro pesadelo que dura há mais de uma década.

Como é que uma empresa como a Google, que tinha (e continua a ter) todas as condições para dominar num serviço de mensagens, perdeu essa oportunidade? É precisamente isso que aborda esta longa análise aos 15 anos de serviços de mensagens da Google.

Do inicial Google Talk, que surgiu com uma aposta nos protocolos abertos e na simplicidade, numa altura em que serviços concorrentes já tentavam impingir o máximo de publicidade aos utilizadores, e cuja versatilidade era de tal ordem que até foi usado como base para o sistema inicial de notificações no Android; até à proliferação de inúmeros serviços: Google Voice, Google Wave, Hangouts, Spaces, Allo, Duo, YouTube Messages, Google Maps Messages, e muitos outros, que até se torna complicado recordar todos.
Enquanto a Google se foi entretendo a brincar com isto, a Apple lançou o iMessage que passou a dominar as mensagens na sua plataforma; apareceu o WhatsApp, Messenger, Zoom, Slack, e muitos outros. Mesmo não sendo realista assumir que um rumo mais acertado da Google impediria o aparecimento de alternativas concorrentes, o que é certo é que muitos destes serviços (todos?) agradecerão a preciosa ajuda da Google andar perdida quanto ao caminho que deveria seguir.

Não se pode dizer que tenha sido tudo mau. Foi com estas aventuras e desventuras que ficamos com o WebRTC. Mas não deixa de ser um pouco triste que a Google tenha conseguido, ela própria, afastar todos os utilizadores que usavam os seus serviços de mensagens, e que agora dificilmente voltarão a confiar nos seus produtos - e mesmo que confiem, provavelmente já não terão nenhum dos seus contactos por lá, o que nos leva ao ponto essencial dos serviços de mensagens: por muito bom que seja, um serviço de mensagens só resulta se por lá estiverem as pessoas com quem se deseja falar.

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