03/10/2018

03/10/2018

Análise ao D-Link COVR WiFi Mesh


Ter uma rede WiFi que chegue a todos os cantos da casa é hoje uma "obrigatoriedade" da vida moderna, e as soluções mesh apresentam-se como uma das formas mais simples e eficazes para o conseguir.
Hoje em dia, o acesso à internet é algo que faz parte do nosso dia a dia, havendo nas nossas casas inúmeros equipamentos que necessitam de acesso à rede, para que se possa tirar o máximo partido dos mesmos. Nas casas mais modernas, a legislação obriga a ter tomadas de rede nos locais onde antigamente tínhamos a ligação para o velhinho telefone. Estas tomadas vierem resolver muitos dos problemas quando se pretende uma ligação à internet, mas nem todas as pessoas têm esta sorte. O WiFi surge como a alternativa a ter em conta, mas para isso há que ter forma de distribuir o sinal da rede sem fios por toda a casa - e as redes mesh são uma das soluções.


O D-Link COVR 1202/1203



A D-LINK tem nos COVR 1202/1203 uma solução para criar uma rede WiFi Mesh que permite cobrir uma área até 465m2. A única diferença entre estes dois modelos está no número de unidades que constituem o conjunto, com dois COVR na 1202 e três no 1023.


Cada unidade tem na duas portas de rede gigabit, sendo que no caso da unidade A, a porta de rede 1 é utilizada para ligar o equipamento à internet. Cada COVR conta ainda com uma porta USB-C para ligar o carregador, um botão WPS e um mecanismo para libertar a tampa que cobre cada unidade.


A inscrição COVR nos equipamentos é iluminada, dando informação sobre o estado de funcionamento do equipamento:
  • Vermelho – Arranque
  • Laranja intermitente – Sincronização. Após esta ter sido efectuada, esta cor significa que não há ligação com outra unidade COVR.
  • Branco intermitente – Ligação fraca ou ligação WPS em curso
  • Branco – em funcionamento

De referir que é possível desactivar luz quando em funcionamento, se assim o desejarmos.

Segundo a D-LINK, temos como destaque o WiFi AC 1200 (300Mbps nos 2.4GHz, mais 866Mbps nos 5GHz), o roaming inteligente com uma única rede WiFi, a tecnologia MU-MIMO para servir vários equipamentos ao mesmo tempo, o smart steering para definição automática da frequência a que cada equipamento se vai ligar (2.4 ou 5GHz) e uma configuração simplificada.


Instalação



No caso deste teste, ao invés de colocar a primeira unidade junto ao router, aproveitei um cabo de rede que passei para o primeiro andar, para aí ligar a o COVR master. O satélite está no piso inferior, imediatamente por baixo da primeira unidade. Desta forma o objectivo seria ter rede WiFi em toda a casa.

A D-LINK mostra estar bem atenta aos tempos que correm, com o processo de instalação a ser do mais simples que existe. Basta ligar um cabo de rede entre o modem/router (ou o equipamento que regula o acesso à net) e a base ( identificada pela letra A). Liga-se o cabo da alimentação à corrente e espera-se que o processo de arranque termine, com a luz vermelha do logótipo a passar a laranja. Nesta altura, é necessário ligar o smartphone à rede DLINK-XXXX, para posteriormente criarem a rede WiFi em que os COVR vão operar e a password para acesso ao equipamento.

Instalada a primeira unidade, é altura de definir a posição do segundo COVR. Esta unidade deve ficar numa posição onde o sinal seja suficientemente forte para ser redistribuído. Por esta razão, a localização dos COVR deve ser bem estudada, para garantir uma boa velocidade de transmissão dos dados.

Quando o LED do(s) satélite(s) estiver branco é sinal que o mesmo já está devidamente configurado. De referir que este é o procedimento para quem vá configurar os COVR através de um PC.  Caso se utilize um smartphone, a app D-LINK WiFi fará o acompanhamento ao longo do processo de instalação.


Em funcionamento


Para gerirem os COVR, podem utilizar esta mesma aplicação (D-LINK WiFi), ou em alternativa, o browser, com acesso directo via IP. Para a maioria dos utilizadores, a aplicação será suficiente, permitindo configurar a rede WiFi, uma rede para convidados e o horário de funcionamento. Há ainda uma área de gestão, que permite mudar o nome do COVR, alterar a password, desligar a luz led e reiniciar o equipamento. De referir que só é possível utilizar a app, quando ligados directamente à rede do COVR.

O acesso via browser é bastante mais completo, permitindo gerir a utilização rede (QoS), definir regras de firewall, encaminhamento de portas e filtros para navegação. É ainda possível configurar a rede em que o COVR e os equipamentos a estes ligados vão operar. Há no entanto (pelo menos para já) uma limitação na gama de IP, não sendo possível colocar os equipamentos a operar na mesma gama que o modem/router que fornece o acesso à internet.

Para a grande maioria dos utilizadores, esta limitação não terá implicações práticas mas, no meu caso pessoal, alguns dos equipamentos ligados ao meu Home Assistant com IP fixo acabaram por se ligar à rede do COVR, deixando de ser reconhecidos pelo HA. A solução foi mudar o nome da rede dos COVR, deixando estes equipamentos de se conseguirem ligar à rede criada pelos D-LINK.


Desempenho


Para testar este COVR-1202 da D-LINK utilizei o meu NAS como fonte dos dados e um portátil com WiFi 5GHz, usando o meu router habitual como comparação. A base foi ligada ao router através de um cabo de rede.


Para efeitos de comparação, medi a velocidade do WiFi do router, ligando o portátil à rede 5GHz que o primeiro disponibiliza, conseguindo uma velocidade média de 300Mbps.


Utilizei um adaptador USB 3.0 Gigabit para medir a velocidade da rede no cabo que está no primeiro andar, conseguindo obter valores na casa dos 870Mbps.


Quando ligado à rede WiFi da base, registou-se uma velocidade média de 230Mbps. Ligando o portátil à porta de rede (saída) da base, a velocidade média passou para 275Mbps.


No que diz respeito ao satélite, apenas testámos a ligação WiFi, tendo-se obtido uma velocidade média de 114Mbps. Este valor pode parecer baixo, mas quando comparado com os 20-30Mbps da ligação WiFi disponibilizada pelo router que gere a rede, é um aumento considerável em termos de velocidade de transferência.



Para tirar todas as dúvidas relativamente ao desempenho do COVR-1202, liguei quatro smartphones em simultâneo ao satélite, na mesma divisão onde este se encontrava instalada. Utilizei a app do Youtube para Android para reproduzir conteúdos HD nos quatro equipamentos. O resultado foi positivo, com os quatros streams a serem reproduzidos simultaneamente sem qualquer falha.


Apreciação final



Este COVR-1202 da DLINK é aquilo que se poderia designar por uma gama base para criar uma rede mesh. O sistema dual band acaba por ser limitativo pois é utilizado para comunicar entre os COVR e também para a comunicação com os equipamentos que vão aceder à rede, através da ligação WiFi do COVR. Esta limitação do dual band, acaba por ter um impacto negativo no desempenho dos COVR. As velocidades obtidas, são no entanto bastante satisfatórias, possibilitando a distribuição do sinal em zonas onde o WiFi não chegaria com a qualidade desejável. A nova geração de equipamentos já disponibiliza uma terceira rede dedicada na frequência 5G, que é utilizada em exclusividade para comunicação entre os COVR.

A facilidade de instalação e utilização, são merecedoras de elogio, pois permitem que o equipamento seja utilizado por qualquer pessoa independentemente dos seus conhecimentos técnicos. Basta seguir as indicações e, após alguns minutos, a rede mesh está operacional.

Pelas razões acima expostas, este COVR da D-LINK é merecedor de um prestigiado QUENTE. Está disponível no mercado nacional com um preço recomendado de 150€, com o kit de 3 unidades a custar 245€, valores abaixo da média para este tipo de produto.


D-Link COVR
Quente


Prós
  • Processo de instalação simplificado
  • Facilidade de utilização

Contras
  • Apenas dual band
  • Configurações podem ser limitadas para utilizadores mais experientes

Artigo publicado originalmente no AadM

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